segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

• Places to go before I die - I

Eu tenho nesta fase da minha existência um raio duma bipolaridade, que me faz balançar entre o sedentarismo e o nomadismo!…

Para a primeira opção já existe aqui neste blog instituída uma wish list com um razoável número de entradas, sob o rótulo “Uma pedra mais para o meu castelo”.

Agora em relação ao nomadismo ainda não me tinha explicitamente pronunciado. Mas essa lacuna vai ser colmatada hoje, com a inauguração desta rubrica, “Places to go before I die”.

Eu amaria poder viver num castelo. Literalmente. Embora no rótulo que acima indiquei a palavra “castelo” esteja como uma metáfora para o que eu queria um dia apelidar o meu lar. E sendo assim, dizei lá, ó leitores deste blog, o que será que eu mais amarei também visitar como viajante? Castelos, claro está!!!...

Um dia tenho de ir ao do conde Vlad, na Transilvãnia. Mas hoje vou encetar esta novel rubrica com uma aproximação: o castelo de Predjama, perto da cidade de Postojna, na Eslovénia. Ou S[love]nia, como o gabinete de turismo deste pequeno país passou a adoptar como grafia… Com inveja do nosso All Garve, os sacanas!...

Um belo dum castelito encavalitado num penhasco rochoso… Com acesso a uma gruta que lhe servia como passagem secreta para contrariar quaisquer cercos a que tenha sido sujeito, ao longo da sua história de mais de 700 anos… Que começou por ser o reduto de um cavaleiro lendário, Erazem Lueger de Predjama, no séc. XIV, que se diz ter sido um barão salteador*…

Gosto. Pois claro que tinha de gostar! E hei-de lá ir, caramba!...
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* E que, coitado, dizem que foi morto com as calças para baixo e sentado no “trono”. Com uma única bala de canhão, à traição.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

• My life is for sale

An absolutely mad idea today! Which is to put the rest of the days in this life of mine for sale.

That’s right, my life is for sale. Because I’m an absolutely free man, available to be taken. Available to embrace any new life challenge, whatsoever, in any place in this whole world. I have no strings attaching me to any country, business, job, situation or life settlement. 

I’ve never lived alone in my 53 years old life but soon my dear daughter will be starting her autonomous life and then, yes, I’ll be completely unattached from anyone. And alone, after all these years. With no one living with me to care for on a daily basis.

My life is for sale, as I’ve said in the beginning. And how can you people totally “buy” this human life of mine? Simple. You just have to say: “Come and meet me here, where I am. I have plans for our future together. You’ll be helping me with my business and supporting me with my life. And us two will be as one.”

Or you could say, as well: “Please accept me in your house. I want to start to live by your side, there where you are. We will build up our common future life. I know what we can do together.”

I’m divorced for more than 3 years now. And since the end of my last relationship, I haven't met anyone in this whole online or real worlds who might be ready for a total commitment, like the one where I'm willing to give myself entirely to a new love of mine.

So, I'm perhaps losing my hopes to be in a couple again. But I'm always available to help other people, for example, to relocate to live in my country or in any other one in the European Union. And as a photographer, I'm also always interested in a beautiful face, smile, gaze, pose, etc., of any age.

I wonder while writing these lines why I have these thoughts today. Well… It might be perhaps due to the fact that there are a lot of dreamers in this world. People who perhaps share the very same dream I have. To find or to be found by someone who's willing to dedicate herself to her partner. Like I would too, given such a chance. Until the end of our lives.

The greatest luck in life that could strike me would be to go live the rest of my days in a desert island with that special one human being. Being in a couple where no one will ever get tired of the other part. Or even be totally dependent of her smile every single morning, as we awake together and at the same time. To live only for the utopia of our endless love. And nothing else matters. 

I'm this kind of dreamer. Now, how about you, my dear reader? What's your life biggest dream?

If you kept reading my words until here, with this big will not to quit, well, then who knows, you might be the one. You are in this way showing a great interest in me. And I'm starting to captivate you, somehow, with my life philosophy.

Come as you are. But please be bold, beautiful and - most important quality - smart, intelligent, sagacious, clever, sensitive.

Please read also my blog "Giuseppe Pietrini a presidente” and find out if you can turn out to be the lover I’m waiting for. Or you the same to me. This is a multilingual blog about L-O-V-E, which started as a joke and has turned out to be the main tool I use in the hard task of searching for my soulmate, at a worldwide scale. Eventually one day at a even bigger scale, if proof of intelligent life forms outside our planet Earth will be produced.

She has got to be somewhere!...


sábado, 23 de novembro de 2013

• Da avidez do sucesso

"Não procurem o sucesso.
Quanto mais o procurarem e o transformarem num alvo,
mais vão errar. Porque o sucesso, como a felicidade, não pode ser perseguido; ele deve acontecer, e só tem lugar como efeito colateral de uma dedicação pessoal a uma causa maior que a pessoa,
ou como subproduto da rendição pessoal a outro ser." 
 - Viktor Frankl

O sucesso entendido como efeito colateral e não como um fim. Uma causa maior que o bem-estar indivídual, que o ego que anseia ser nutrido. Porque há coisas mais importantes que o sucesso. Porque a vida é para ser saboreada lentamente e não para ser sorvida a correr.

Porque o sucesso é sempre efémero.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

• Time Management

…ou Gestão do Tempo, em dialecto tuga. Uma coisa que eu abomino.

A Gestão do Tempo, quanto a mim, é uma bonita ferramenta que os modernos métodos da Gestão de Empresas desenvolveram para solucionar um problema que esses mesmos engraçados métodos abestalhadamente criaram: a falta de tempo crónica.

Estes modernos métodos da Gestão de Empresas querem-nos tornar em indivíduos cada vez mais produtivos. Querem tornar as nossas existências em carne para canhão ao serviço do deus lucro máximo.

E assim fazem do nosso tempo, do precioso tempo de cada um de nós, um bem cada vez menos nosso e mais escasso. E como tempo é dinheiro, o efeito colateral, que nem todos enxergam, é que de facto nos torna mais... pobres.

A Gestão do Tempo devia ter um único axioma: “Se cada vez tens menos e menos tempo ou não tens mesmo tempo para nada, pára!”.

Tão simples quanto isto! Se não tens tempo para nada, não estás a viver. Estás a correr depressa para o teu fim. Para a morte que há-de advir a cada um de nós, mais tarde ou mais cedo. Não a apresses.

Fui submetido recentemente a uma acção de formação sobre esta temática, a Gestão do Tempo… e enquanto a magnífica formadora “ligava o complicador” para nos instruir em como gerir com melhor eficácia e maior produtividade o nosso tempo, não deixou de partilhar connosco, seus ilustres e ávidos formandos, a sua visão particular da coisa. A que aplicou à sua vida profissional e privada.

E que foi assim: quando reconheceu, e bem, que tinha cada vez menos tempo para dedicar ao que é o essencial - o seu filhote de tenra idade - resolveu propor uma medida sacrílega à sua entidade patronal. Passar a trabalhar em part-time.

Graças aos deuses que não teve as suas aspirações goradas…

Mais ainda partilhou connosco. Que passava os seus fins-de-semana no belo do Alentejo e os dias úteis na grande metrópole de Lisboa. E que se sentia cada vez mais presa e com menos vontade de sair do meio das planícies para ter de enfrentar as sete colinas da vida. Ao que eu ripostei que a compreendia bem. Porque se há quem possa ser um bom gestor do tempo, esse alguém é o alentejano!…

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

• "Quem se Importa" - o filme

“Várias vezes ouvimos a frase “quem se Importa?”.
O sentimento de indiferença é algo muito triste.
E a apatia e a ignorância são as nossas piores inimigas.

Muitas vezes acreditamos que o mundo é assim mesmo.
Que os problemas são grandes demais.
Será que ainda somos capazes de nos importar?”
- Mara Mourão, realizadora do filme "Quem se Importa"

Estas são as frases basilares com que se dá início à narração do documentário "Quem se Importa”*, a que o autor deste blog assistiu, numa iniciativa de divulgação deste filme patrocinada em Portugal pela Fundação EDP. 

Nas palavras promocionais desta mesma instituição a propósito deste filme sobre empreendedorismo social… 

“QUEM SE IMPORTA” É MAIS DO QUE UM FILME.
É UM MOVIMENTO!

Um movimento que inspira as pessoas a TRANSFORMAREM O MUNDO. Um filme que nos ensina QUE TUDO É POSSÍVEL.

A Fundação EDP alerta: o visionamento deste filme poderá causar sérios efeitos secundários como: a vontade de iniciar um projeto,
de desenvolver uma solução há muito na gaveta, o vício de fazer o bem e de contribuir para um mundo melhor!

Para ler uma sinopse sobre este filme, clicar aqui. Quanto ao papel deste blog, reconhecemos que deveríamos prestar um serviço público: o de divulgar o filme, para quem ainda não o viu, despertando a curiosidade sobre este. E para quem já o terá visto, fazer também uma breve resenha. Que consistirá de duas partes.

A primeira será a lista dos dezoito empreendedores sociais que foram visados neste filme (sic) cujas ideias visionárias já transformaram milhões de vidas. E das organizações que estes fundaram, com links para os seus respectivos websites. Sendo esses links uns para a sua homepage e outros directamente para o perfil do empreendedor social no website da organização.

E a lista é, para quem interessar possa:

  • Al Etmanski – Plan, Canadá (construção de redes de afecto para deficientes)
  • Bart Weedjens – Apopo, Tanzânia (treinar ratos para salvar vidas)
  • Bill Drayton – Ashoka, EUA (apoio a empreendedores sociais à escala global)
  • Dener Giovanini - Renctas, Brasil (combate ao tráfico de animais)
  • Eugênio Scanavino, Saúde e Alegria, Brasil (saúde e desenvolvimento integrado na Amazónia)
  • Isaac Durojayie - DMT Mobile Toillets, Nigéria (WC’s públicos móveis para sem-abrigo com retorno para viúvas)
  • Jehane Noujaim - Pangea Day, EUA (videoconferência à escala global em 2008 para visionamento de filmes que promovem a cultura da cooperação e da paz)
  • Joaquim Melo – Banco Palmas, Brasil (economia solidária com base na criação de moeda local)
  • Joaquín Leguía – Ania, Perú (atribuição de lotes de terra a crianças e jovens para preservação)
  • John Mighton - Jump, Canadá (auto-estima e desenvolvimento através da matemática)
  • Karen Tse – International Bridges for Justice, Suíça (acesso à justiça)
  • Mary Gordon – Roots of Empathy, Canadá (combate ao bullying nas escolas)
  • Muhammad Yunus – Grameen Bank, Bangladesh (o “pai” do microcrédito)
  • Oscar Rivas – Sobrevivencia, Paraguai (envolvimento de comunidades na preservação dos rios)
  • Premal Shah – KIVA, EUA (acesso ao micro-financiamento de pequenos empreendedores)
  • Rodrigo Baggio – CDI, Brasil (inclusão digital)
  • Vera Cordeiro – Saúde Criança, Brasil (promoção da auto-sustentabilidade das famílias de crianças em risco)
  • Wellington Nogueira - Doutores da Alegria, Brasil (Doutores Palhaços nas pediatrias dos hospitais)

E a segunda parte é outra lista. É a enumeração das frases, ideias e pensamentos ditas por alguns destes empreendedores sociais que mais ficaram marcadas no espírito do autor deste blog. As que maior eco fizeram em mim. Das diferentes visões que este filme pode provocar em cada um de nós, esta lista é um indicador da minha sensibilidade pessoal. 

E estas ditas frases, ideias e pensamentos são:

“Toda a gente acaba pensando um dia que o mundo está num período difícil hoje. O custo de vida está sempre a subir. Acontecem guerras e conflitos pelo mundo inteiro. Talvez tenha havido uma perda de fé nas lideranças. E quem sabe na integridade dessas lideranças. Há muita coisa ruim a acontecer neste momento. Mas vamos pensar no que está a acontecer de bom também. (…) E através duma consciência crescente, as pessoas querem fundamentalmente ver um mundo melhor. E nós aprendemos que conflitos e apego ao passado e a muitos confortos a que damos valor não são tão importantes assim e podem ser postos de lado.”
- Premal Shah

“Nós não estamos aqui para curtir a vida como se alguém tivesse criado o mundo e nós fossemos apenas convidados. Nós não somos convidados aqui. Somos criadores das nossas próprias vidas, do nosso próprio mundo. Mas antes de criar o nosso mundo, nós devemos imaginar que mundo queremos. E então começar a criá-lo.”
- Muhammad Yunus

“Quando ser cidadão e ser empreendedor social se tornar uma e a mesma coisa, aí se terá atingido o apogeu da revolução democrática.”
- Bill Drayton

“Eu acho que a pobreza pode ser eliminada do mundo inteiro. Porque a pobreza não faz parte da sociedade humana. É algo que foi criado, que não é natural. E o que é artificial pode sempre ser eliminado.”
- Muhammad Yunus

“Se nós pudéssemos ler os diários secretos dos nossos piores inimigos iríamos encontrar nestes dor e tristeza suficientes para remover toda a hostilidade.”
- Jehane Noujaim

“Não pergunte o que é que o mundo precisa. Pergunte a si mesmo o que te faz sentir vivo. Porque o que o mundo precisa é de cada vez mais pessoas que se sintam vivas.”
- Premal Shah

O autor deste blog é um elemento mais da população activa de Portugal que se encontra circunstancialmente inactivo. No desemprego. Que há quem diga que deve ser visto como uma oportunidade. 

Não apreciando particularmente frases feitas que podem redundar em falácias, tenho de admitir que esta da oportunidade no desemprego me seduz um pouco. Como pode ser bem compreensível, quero mais do que arranjar um dia um novo emprego que me permita sobreviver. 

Quero encontrar um sentido maior para o resto da minha existência.

Só que não sei ainda qual. Mas sei que, ao invés de voltar a ser só mais uma peça na engrenagem que conduz esta humanidade para o abismo, seria desejável que eu pudesse ser antes um transformador mais neste mundo.

Tenho urgentemente de descobrir o que realmente me faz sentir vivo.
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* “Who Cares”, na versão inglesa. Para além de ambas as versões terem os seus respectivos websites, também se pode aceder no facebook a páginas sobre este filme nestas duas línguas, o português e o inglês.

domingo, 13 de outubro de 2013

• Kitsault

Kitsault é uma pequena cidade fantasma. Num lugar bem remoto do oeste do Canadá, na sua província da Colúmbia Britânica, junto à fronteira com o Alaska.

Kitsault é um subproduto do capitalismo mais selvagem que se imaginar possa. E é um local com uma história que me tocou.

Esta pequena cidade nasceu em 1979, quando a sua construção terá arrancado. Era um projecto urbanístico concebido para o alojamento dos trabalhadores da Phelps Dodge, uma companhia mineira de capitais norte-americanos, que pretendia explorar uma mina de extracção de molibdénio. Um mineral matéria-prima algo valioso nas suas cotações no mercado mundial áquela altura.

Infelizmente, num curto espaço de tempo as cotações deste metal desceram significativamente. O que levou a tal companhia mineira a abandonar a exploração da mina de Kitsault.

Esta pequena cidade, idealizada para cerca de 1.200 habitantes, com um bairro de moradias razoavelmente confortáveis, um hospital, um centro comercial e um centro comunitário, todos perfeitamente recheados de equipamentos também, foi esvaziada das suas gentes em 1982. Diz-se que ao fim de simplesmente um ano e meio de vida efectiva de ocupação dos seus edifícios.

Nada do recheio destes edifícios era propriedade dos seus habitantes. Todos os pertences eram da companhia mineira, que determinou tudo deixar no local. De modo que há 30 anos que existe ali, por exemplo, um hospital perfeitamente apetrechado e apto para funcionar mas absolutamente inútil. Por não haver quaisquer utentes a que pudesse servir. Para além de lojas, um bar, uma biblioteca, uma creche, uma piscina coberta com jacuzzi, etc., etc..

Comoveu-me a princípio a história desta cidade fantasma, pela sua aparentemente pungente irracionalidade. Mas mais me comoveu saber que há alguém que sonha fazê-la renascer. E adquiriu esta cidade inteira por... 7 milhões de dólares, em 2004. Uma quantia que compraria apenas uma moradia grande e o seu terreno generoso em Portugal.

Para ver uma pequena reportagem televisiva sobre esta curiosa cidade, Kitsault, podeis clicar aqui, leitores. E para aceder ao site oficial ligado à iniciativa de transformar Kitsault numa promissora Shangri La dos nossos tempos, é mister clicar aqui.

Assim que soube desta ideia peregrina, desatei a sonhar poder fazer parte desta alegre utopia. Eu não devo ser deste planeta, mesmo… que só histórias assim é que me atraem. E então se se passarem em paragens tão longínquas e isoladas de tudo que só podem ser classificadas, para dizer o mínimo, como fins do mundo...

Ainda acabarei a viver em Kitsault, um dia destes talvez... É que estou mesmo a ver... Alguém daí para me acompanhar?... Hum?...

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

• A guerra fria de trazer por casa

Eu tenho uma maldição que se deve propagar por contágio!…

Acontece-me bastas vezes descobrir um pequeno comércio - loja, cafetaria, restaurante, etc. - novo, que vejo com algum conceito inovador que o diferencia dos demais. Despertada a curiosidade, visito-o uma vez. E depois não tarda nada que esse pequeno negócio feche as portas de vez!…

Eu dou azar áquilo de que gosto, caramba!...

E isto não acontece só desde que esta malfadada crise económica começou a ser falada por más e boas línguas. Não. É talvez desde que me conheço e que "sou de maior", como dizem os tupiniquins.

Por tudo isto hesitei durante algum tempo em abordar o tema de hoje. Duas lojas mais ou menos recentes nesta cidade de Lisboa. Não fossem estas abrir falência…

Só o faço agora porque me certifiquei que até têm ambas planos de expansão do seu negócio, como o comprovei neste site, aqui.

Uma destas é a Liberty American Store. Que abriu vai para um ano e meio no Largo São Sebastião da Pedreira, em Lisboa. Que eu vi inicialmente como uma espécie de loja de chineses vulgar de Lineu, mas só para produtos made in USA.

Na verdade não é bem assim. Enquanto uma loja chinesa de bairro tem geralmente na sua gama de produtos de tudo um pouco - ferramentas, utensílios domésticos, ferragens, brinquedos, têxteis, etc. - menos produtos alimentares, nas lojas Liberty passa-se praticamente o contrário. 

Aí o destaque vai para aquelas gulodices que são apenas boas para a engorda dos yankees. E para produtos vendidos em embalagens king-size, que para os nossos hábitos de consumo pobretes mas alegretes até chega a soar a pornográfico…

Digo, por exemplo, especiarias como pimenta moída em embalagens plásticas de 1 kilo. Batata frita em sacos que parecem umas enormes almofadas de cama de casal. Sumos de laranja em pó solúvel em latas de 5 litros. Chocolates da incontornável Hershey's e doces em packs para famílias bem numerosas. E outras coisinhas assim todas, todas pró abrutalhado. Numa palavra, em GRANDE.

E depois há aquelas pequenas surpresas bem agradáveis de encontrar. O maior leit-motiv que me levou a entrar nesta loja foi saber de antemão que ia poder comprar um famoso molho barbecue… da marca Jack Daniels, esse absolutamente iconográfico bourbon ou Tennessee whiskey, como se queira.

E por falar em barbecue, temos lá bancadas com grelhadores para fazer o nosso churrasco texano com todos os matadores. Assim como ferramentas para jardinagem, tacos de golf, acessórios auto, produtos de limpeza e higiene, etc. Quase tudo, tudo sempre exclusivos que não se poderão adquirir senão ali.

E por agora deixemos os States, que está praticamente tudo dito de intertessante. A outra loja a que me queria referir é a Mix Markt, que descobri vagueando pelo bairro de Alvalade, num dia solarengo da mossa lindinha capital.

A primeira impressão que aquilo me causou era que devia ser uma simples loja, iniciativa de empreendedorismo de um emigrante do leste. A verdade é que não. Não é uma loja única. É uma cadeia de distribuição, na linha do Lidl ou do Aldi, mas em uma dimensão menor. E a sede desta cadeia não está para lá da antiga cortina de ferro, não! Está em Herrenberg, perto de Stuttgart.

Algum alemão viu um nicho de mercado florescente nos emigrantes da Europa de leste que invadiram o ocidente, pensei eu… Tenho sempre simpatia pelos ditos "mercados da saudade". E parece que é só este mesmo o seu público-alvo…

É que não se nota um esforço realmente adequado para cativar outros clientes quando se entra no Mix Markt! Empregados reduzidos a um mínimo necessário: dois. Pelo menos durante os dias úteis e num horário matutino. Talvez ao fim de semana se reforcem.

Disponibilidade para questões de clientes: reduzida. Nem o meu "bom dia" obteve eco. Mas deve ser só comigo...

De resto, vale a pena entrar as suas portas. É como uma viagem. Como sermos teletransportados de repente para dentro de um MiniPreço dos arrabaldes de Kiev.

E o que esperar ver lá dentro? Carradas de frascos de vidro com pepinos em conserva. Que é o que pessoalmente sempre me impressionou sobremaneira nas variadas lojas de produtos alimentares originários do ex-bloco de leste…

Mas além disso, há também caviar. De beluga. A preços engraçados. Peixe seco. Arenque, salmão e anchovas, creio. Uma charcutaria rica e igualmente interessante. Mais conservas. De peixe. De sopa (borscht). Até de melancia cortada em triângulos e conservada em calda!… Mas a grande palma de ouro vai para…

...a secção dos vinhos. De encher o olho a qualquer neófito curioso sobre néctares, comme moi. Exclusivamente - ou quase, não tenho certezas, como se poderá compreender in loco... - vinhos da Moldávia. Com rotulagens apelativas, se bem que modernaças.

Absolutamente encantador, o garrafame lá exposto. A Moldávia é ou ainda há-de vir a ser um produtor de vinho de relevância mundial. Não é por acaso que as duas maiores adegas subterrâneas do mundo estão neste país. E que são a sua principal atracção turística.

Os vinhos da Moldávia têm de ser mesmo um dos maiores segredos globais por revelar!…

E se a juntarmos aos vinhos falarmos ainda das bebidas espirituosas, tão características daquelas partes do globo terrestre… Bué de marcas de Vodka, camaradas!!! E cerveja. Duma marca que aprecio deveras. E que está a ficar mundialmente famosa: a Baltika. Com muito mérito.

Ah, quem me dera ser o director de marketing de qualquer uma destas duas lojas, a americana ou a russa!… As ideias peregrinas que não me ia apetecer experimentar...

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

• Vinum et Caseus

Ok! Vamos imaginar um wine & cheese restaurant ou bar, algo já relativamente comum, sobretudo em países emergentes no panorama mundial de produção de vinho ou em mercados consumidores mais evoluídos e exigentes.

Não é bem disso que se trata nesta ideia peregrina de hoje. Vamos pensar num conceito mais alargado. Vamos acrescentar a esta base inicial de um local para se degustar estas duas iguarias - e não só - também uma mercearia fina, no hall de recepção e de saída para o restante espaço.

Depois de atravessada esta área, pensemos noutra onde num ambiente informal e descontraído se pode passar então à prova de produtos alimentares. Cuja curiosidade sobre estes foi entretanto despertada e impulsionada no espaço anterior.

Esta segunda área pode não ser muito diversa dum wine bar ou restaurant. Não sendo particularmente vocacionada para um serviço de refeições normal de Lineu, embora não seja de excluir de todo estudar a inclusão dessa funcionalidade.

Agora pensemos numa terceira área, a mais inovadora. A que designaremos pomposamente como um "Spa Gastronómico".

Neste espaço se fará o usufruto da tranquilidade de um jardim - coberto nas épocas mais frias do ano - que se assemelhará ao de uma antiga e senhorial villa romana. Equipado com pequenas piscinas, jacuzzis, jogos de água, áreas de massagens, relvados polvilhados com puffs, galerias em arcadas com chaises longues ao estilo romano. E o mais que se possa ainda conceber para enriquecer o todo de experiências relaxantes.

Numa linha, um espaço onde qualquer pessoa - bem como o séquito que a acompanhe - se possa sentir como um rico tribuno do senado romano, com todas as mordomias com que se deseje ser mimado um dia na vida de cada um de nós.

Um recanto onde se permitam que os nossos sonhos mais recônditos e íntimos sejam livres para voar. E até despertar aquilo que não terá sido jamais sonhado.

Algo que vá muito além de um qualquer vulgar serviço de restauração. Que possa ser um farol para as tendências futuras da restauração e de turismo de elevada qualidade e inovador.

Não se pretende aqui organizar eventos como orgias romanas. Tal como publicitado neste cartaz, aqui. Ou tão pouco bacchanalias, como este outro evento neste anúncio, aqui. Mas tem de haver algo que apele constantemente ao nosso espírito hedonista, como os resorts desta famosa cadeia internacional, cujo website está aqui.

Programas de actividades serão estudadas para a ocupação de um dia inteiro neste particular spa.

Quanto ao core business, ou seja, os produtos a comprar e/ou a consumir no local inspiradores deste spa gastronómico, o vinho e o queijo… procurar-se-á ter uma amostra de tudo um pouco que se faz em qualquer canto do mundo. Já que vivemos num mercado altamente globalizado. E que cada vez mais o será. 

Não se cairá na patriótica tentação de dar particular destaque aos produtos nacionais. Até porque se demonstrará que será descabido, porventura. Que estes não estarão de todo diminuídos num confronto com o resto do mundo. Muito pelo contrário, aliás.

Não se destacarão tão pouco os vinhos e queijos mais exclusivos e caros. Não se pretende cativar aqueles que sejam mais experts nestes produtos. Os que sabem dizer, ao cheirar uma simples rolha de cortiça retirada duma garrafa, de que vinhedos e de que ano é o néctar que estão a degustar.

Pretende-se mesmo libertar de um certo snobismo o ambiente deste spa gastronómico.Quer-se que seja um lugar onde qualquer neófito não se sinta desconfortável.

Sobretudo deseja-se que seja um lugar onde se possam experimentar novidades. Curiosidades. Produtos de origens mais inusitadas. Que se pesquisarão de uma forma contínua, sem cessar.

Ou seja, concretizando um pouco mais, vinhos de lugares menos conhecidos pela sua produção. Como o Japão, o Brasil, a China, a Moldávia, a Índia, o Médio Oriente, o Uzbequistão, o Canadá, a Crimeia e a região do Cáucaso, onde é consensual que a vinha nasceu para o vinho. Ou de variedades menos divulgadas. Como os icewines ou o recente sushi wine. Ou queijos mais invulgares. Como o Juustoleipa, da Finlândia, um queijo feito de leite de rena, com alguma surpresa particularmente indicado para ser grelhado, porque não derrete. E que se devora com doce ou compotas.

E não há como estar limitado apenas a vinhos e queijos. Há toda uma outra variedade de bebidas, de teor alcoólico ou não, que podem ser benvindas neste conceito de spa. Como a cerveja, a sidra, o hidromel e outras espirituosas, sumos de uva e águas minerais mais raras. E ainda o pão, que assume tantas formas e sabores por este mundo todo. E a charcutaria fina. Os frutos do mar. O sushi. Etc..

Sem esquecer ainda o capítulo dos doces. O chocolate, produto por excelência a combinar com vinhos de sobremesa. E algumas delícias menos divulgadas confecionadas com vinho. Como o Sagu, do Rio Grande do Sul, Brasil. A gelataria fina. Os doces conventuais. Etc..

E é isto, em linhas breves, mas que se alongaram já demasiado por ora, uma das minhas preferidas ideias de negócio, da minha quiçá prolífera imaginação parida.
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Nota do autor: estamos a viver no momento no meu vetusto país uma conjuntura económica pouco propícia a grandes investimentos. E eu mesmo já vivi dias melhores em termos financeiros e pessoais. Eu devia ser comedido e talvez não sonhar alto. Mas não sei fazê-lo sem ser em modo "o limite é o céu".

Isto é uma ideia de negócio perfeitamente alucinante, devo talvez reconhecer. Mas eu não sei ter senão ideias peregrinas. Ainda. A dura realidade todavia não me venceu. E eu julgo que o mundo precisa de mentes como a minha. Oxalá, apesar de tudo, alguma ideia que de mim saia vingue um dia.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

• Foi há 12 anos...

Já decorreu este tempo todo… Desde que as vidas de todos nós sofreram este abalo sísmico que foi o 11 de Setembro de 2001.

Julgo que poucos seres neste mundo não terão sido afectados, de uma forma ou de outra, por este acontecimento. Mesmo aqueles que vivem no mais recôndito canto desta terra.

Eu estava no meu lunch break, já depois de ter engolido a sandocha da praxe, quando me vieram dizer que tinha havido um embate de um avião num arranha-céus de New York. E que estava a dar na tv.

Fui ver. Lembrei-me de uma foto famosa de outro embate de um avião no Empire State building, nos anos 50. Pensei que era só um remake da mesma desgraça… Mas depois vieram avisar-me de que tinha havido um segundo embate! E é então que a coisa começou a cheirar a esturro… Como eu já contei mais em detalhe num post de um outro blog meu, quando isto fazia uma década.

Eu trabalhava na altura no estúdio gráfico de uma agência de publicidade de renome mundial, a Saatchi & Saatchi, em Lisboa. Que fazia parte de uma rede mundial de escritórios com sede em New York, justamente. Como quase todas as grandes agências de publicidade de nível planetário.

Duas semanas apenas depois do 11 de Setembro, o conselho de administração da Saatchi, lá nos States, decidiu fechar um bom número de escritórios da sua rede… e a fava calhou-nos a nós, lisboetas, tal como a outros, em cidades europeias como Milano.

Desde então e até hoje, nunca mais tive uma carreira profissional de que me possa orgulhar com galhardia. Nunca mais tive um emprego de jeito, para ser absolutamente claro. E passei por dois longos períodos de desemprego. O último dos quais ainda dura… E dura... E dura...

Pouco mais de dois meses depois do 9/11 teve início na minha vida uma relação sentimental que iria durar nove anos. Mas da qual hoje em dia tenho de apagar suas memórias. Como se nunca tivesse tido lugar essa ligação amorosa. Talvez assim tivesse sido pelo melhor… 

E como toquei nos planos profissional e sentimental, é forçoso que siga o que é costumeiro e fale também do plano da saúde…

Aí estou mais velho. Com menos energia do que há 12 anos. Como seria de esperar. Mas de resto não me posso queixar grandemente de nada. Não serei rijo como um cepo, mas… Dou p'ró gasto. Ainda. Ao menos isso, carago…

Estou a fazer como que um balanço da minha situação pessoal actual neste post. Mas não quero esquecer o mundo que me rodeia.

Numa linha, parece-me que os Estados Unidos - a superpotência mundial que foi o alvo deste atentado - andaram entretidos em conflitos que criaram nesta dúzia de anos. Descuraram também tomar o pulso da sua economia. E com isso terão contaminado os países ocidentais que fazem parte da sua órbita mais próxima.

A crise económica global que atravessamos hoje não é de todo alheia ainda a esta porra do 11 de Setembro. Mas enquanto uns se distraiam em guerras e bolhas nos mercados imobiliários e financeiros, outros foram fazendo o seu caminho até ao topo do domínio da economia global. Como a China é o melhor exemplo dessa longa marcha com pézinhos de lã.

Se não os podes bater, junta-te a eles. Está-me cá a parecer que para quem tem ideias como as que habitam a minha mente, um bom habitat para estas se tornarem um pouco menos peregrinas será o velho Império do Meio.

Afinal, o que é a Grande Muralha da China senão uma das maiores ideias peregrinas alguma vez nascidas do génio humano?...


quinta-feira, 22 de agosto de 2013

• 4º aniversário

Já foi há quatro anos!… Que eu embirrei com o facto de ser o último bicho careta á face da terra que não tinha um blog.

Nestes quatro anos muita coisinha mudou na minha existência pacata. Menos o ter deixado de ser pacata. Mas um facto eu posso concluir: eu não seria o ser humano que hoje sou se não tivesse começado a escrever num blog. Este aqui. E depois noutro. E mais em outro ainda. De outras temáticas, diferentes da primeira raíz.

Enquanto alguns bloggers se questionam porque mantém esta rotina de passar o que lhes vai na alma para o seu bloguezito, eu não tenho dúvidas. Eu quero continuar.

É uma espécie de higiene mental. De ginástica de manutenção para os neurónios.

E que eu sempre fiz de forma moderada. Não me viciei, como tantos que por aí há, na necessidade absoluta de escrever um ou mais posts por dia.

Sempre adoptei - nem de propósito - uma corrente de slow blogging, que eu nem sabia que existia, de uma forma generalizada a ganhar hoje em dia muitos seguidores.

Não conquistei aquele número de seguidores, leitores e, sobretudo, comentadores que esperava, no início de tudo isto… mas tenho obtido um excelente retorno de alguns - poucos - leitores. Os quais me fizeram dos melhores elogios - e sinceros, acima de tudo - aos primeiros embates com a minha alma desnudada nas palavras que me foram inspiradas por diversos momentos singulares e bem vividos.

Que eu me lembre, raramente terei passado a esta virtual letra de imprensa - que perdurará depois de mim por muitos anos, como um legado arqueológico - assuntos banais. Não postei por postar, sem mais. Ainda assim, os conteúdos que fui ao longo destes tempos produzindo não foram suficientemente atraentes para me tornar até agora numa Pipoca Mais Doce no masculino…

Paciência, digo eu… Se tivesse sido assim, talvez não me sobrasse tempo algum senão para responder a todos os comentários de muitos mais leitores. E como tal, a qualidade dos momentos de reflexão e meditação a que cada post meu me obrigou teria decaído.

Ainda gostaria de me tornar num blogger que subsistisse como profissional só a fazer isto. Essa louca esperança não a abandonei por enquanto. Pode ser que este quarto aniversário seja finalmente a minha travessia do Rubicão.

Alia jacta est!…

Ganas, tenho-as cada vez maiores. Ainda maiores do que há quatro anos atrás, quando uma hora resolvi mergulhar de cabeça nisto, por uma pequena teimosia.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

• Praias fluviais

A minha cidade natal, Lisboa, parece ter ganho uma praia fluvial. Na Ribeira das Naus, aquele espaço entre o Terreiro do Paço e o Cais do Sodré, durante tantos anos deixado ao desprezo. 

A edilidade olissiponense prefere não classificar este referido local e a sua intervenção urbana como uma verdadeira praia fluvial. Designa a coisa antes com "avanço de margem". Pois bem… É uma cautelosa atitude. Porque as águas do Tejo naquela zona são mesmo impróprias para banhistas.

No entanto, os turistas que nos visitam não o sabem de imediato. E pululam a zona com toalhas de praia estendidas em cima das lajes de betão onde as ondinhas do rio vêm rebentar devagarinho.

Se nós, lisboetas e gente dos arrabaldes suburbanos não banhados pelo mar, quisermos imitá-los e limitarmo-nos a tomar banhos de sol resultantes em escaldões tipo lagosta suada, aqui está a solução que a crise impõe para trabalhar para o bronze, de uma forma troikiana.

Agora um pouco mais a sério… É uma lástima que não existam praias de rio no Tejo de jeito senão bem longe da sua foz. Sendo a primeira das menos longínquas, na minha opinião pessoal, a de Constãncia. Que fica a mais de uma centena de kilómetros. E mesmo assim, o que lhe vale são as águas límpidas do Zêzere, que ali se reúne ao nosso maior rio.

E digo lástima porque hoje em dia dou privilégio a estas praias mais calmas do as oceânicas. Quanto não é melhor sair duma água fresca e clarinha até mais não e ir descansar a seguir á sombra de uma pequena floresta de árvores frondosas e sobre uma relvinha bem aparada… em vez de uma torreira de sol e areias tórridas.

É por isso, porque para mim praia fluvial à maneira tem de ter áreas verdes e sombras frescas, que não considero como opção as praias do rio Tejo dentro da área da grande Lisboa. Como a dos moínhos de Alburrica, no Barreiro ou a da aldeia do Rosário, na Moita. Ou a da antiga seca do bacalhau em Alcochete.

Eu aplaudo o facto de hoje em dia muitas autarquias do interior de Portugal terem despertado para os encantos das águas cristalinas dos nossos rios e ribeiras. A ponto de se terem edificado praias fluviais com arranjos paisagísticos das suas envolventes muito convidativos.

Pena é que eu viva tão longe dessas terras do interior… Mas ainda um dia hei-de trocar esta Lisboa, que me tem sido tão aziaga, por alguma dessas paragens onde se ouve água corrente, mesmo no mais seco dos estios.

Para quem quiser sonhar o mesmo que eu, é consultar o cardápio destes pequenos paraísos, ainda meio secretos. Dois dos melhores websites para o efeito são: 

O Rede de Praias Fluviais, da responsabilidade da ADXTUR - Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto;
 
...e o Guia das Praias Fluviais, editado pela Blanche, uma produtora de Castelo Branco, cujas actividades são a gravação de som e imagem e edição de música. Estranho é que com este excelente website, esta empresa não aproveite para se promover…

E com isto, estamos apenas a falar do Pinhal Interior!… Ainda não se abordam as praias do interior norte, da Beira Alta, do Alentejo... ou do Algarve, que também tem algumas bem pouco conhecidas mas assaz interessantes praias de água doce.

Mas se fosse pedido para eleger uma, acho que a minha tendência iria para a praia fluvial do Açude Pinto, em Oleiros… A ver bem se não é altamente apelativa a imagem em baixo deste recanto secreto.


sábado, 27 de julho de 2013

• Uma pedra mais para o meu castelo - VIII

Áreas de lazer. O meu rico castelo não poderá nunca prescindir destas, ao seu redor. Jamé! Jamé!*…

E eu tenho particular queda para desportos individuais. Em primeiro lugar, os racket sports, com que cresci, privilegiando-os. Depois, o tiro com arco, que recentemente comecei a praticar.

O primeiro desporto de raquete a que ganhei afinco foi o badminton, aos meus 10 anos. Passava tardes de domingo só a bater no volante com um parceiro. Sem rede nem campo com piso bem delimitado. Apenas para suar com esse exercício não competitivo.

Hoje eu desejaria ter um court de badminton mesmo a sério. Um pouco como um que houve em tempos nas termas de Monte Real, Leiria, ao ar livre, com uma cortina de ciprestes a servir de quebra-vento. E com um piso como o da foto ao lado.

Por volta dos meus 15 anos deu-me a louca de querer construir a minha própria mesa de ping-pong. E gastei uma razoável maquia de dinheiro, materiais e tempo a executá-la. Para o resultado final ser muito amador. Nunca fui muito dado a trabalhos manuais. Mas fui persistente. Teimoso, até. E ainda cheguei a gozar umas boas horas de prática de ténis de mesa nessa minha pequena obra-prima da carpintaria de limpos.

Hoje eu seria mais de comprar tudo feito. E ter um cantinho exterior para armar-me em craque chinês como o da foto ao lado. Com algumas ligeiras modificações. Nada daquela bárbara rede rígida metálica! Antes uma rede têxtil normal, com impecáveis esticadores. E uma placa com cantos ortodoxos, ou seja, em ângulo recto e não arredondados. No mais, a estrutura de suporte está lindíssima. 

Aos meus 17 anos, acordei para a era Bjorn Borg. Com a compra de uma revista brasileira de tennis, com uma reportagem sobre o torneio de Wimbledon desse ano. Aqueles courts lindíssimos de relva natural, bem aparadinha, que sonho!…

Pensei então em fazer o upgrade dos meus skills de controlo da bolinha de celulose branca numa mesa para agora dominar a bola de látex forrada a feltro amarelo num campo de bem maiores dimensões. E fui logo para a Escola de Ténis João Lagos, no CIF, alto do Restelo, na minha Lisboa natal.

On my wildest dreams, e se o meu castelo vier a ser também uma pequena unidade hoteleira de turismo de habitação, ambicionaria ter 3 courts de tennis, de diferentes superfícies: relva natural, pó de tijolo e piso sintético bicolor. Isso seria um must! E não conheço ainda nenhum caso no mundo inteiro de tal conjunto de 3 courts, lado a lado, num só empreendimento. Mas é provável que esta minha aspiração não seja original e alguém já a tenha concretizado algures.

Mas se for um só court, pode bem ser como este da foto ao lado. Com áreas laterais mais generosas em largura. O piso que acho que privilegiaria seria um sintético, tipo tartan. Se algum instalador o fizer. E com as tradicionais vedações de rede metálica ocultas com alguma solução vegetal. Tipo sebes. Ou mais uma vez, ciprestes, como os das minhas memórias de modestas mas prazeirosas férias na bela zona de Vieira de Leiria, cercana a Monte Real.

Agora, em anos mais recentes, no início da minha finda década de quarentão, eu já julgava que nunca mais na vida iria ser um atleta olímpico! Mas depois pensei que existe o tiro com arco. Onde a idade não é assim tão determinante como em outros desportos que pedem mais do físico. E vai daí, adquiri um arco e flechas de iniciação e um alvo. E também tive algumas aulas, ministradas por um português que foi um representante nosso nos Jogos de Atlanta, em 1996.

No meu castelo haverá uma pequena carreira de tiro, bem vedada com árvores altas e uma fina rede de segurança. Para que os arqueiros meus convidados e eu possamos usufruir dessa área numa animada e saudável competição entre nós. Talvez floresçam lá uma mão cheia de novos Robin Hood…

Poderei ainda fazer uma ligeira concessão a um desporto colectivo: o basketball. Isto porque também construí um belo dia, com materiais reciclados, uma bem tosca tabela de basket. Num telheiro sobranceiro ao poço, datado de 1740, da quinta da minha adolescência. Ao lado da qual ainda habito hoje, num apartamento vulgar de Lineu.

Nesta concessão estou a falar apenas de uma tabela. Nada de um campo de basket oficial, inteiro! Só uma pequena área com as marcações de um "garrafão". Como é da gíria deste desporto chamar a essa parte do campo debaixo do cesto. Só para praticar aí uns dribles e encestamentos avulsos. Sem grandes stresses. Just for fun.

E é isto por hoje. Em outras ocasiões futuramente vamos abordar também ideias para actividades desportivas aquáticas e indoor. Que isto do lazer lá nos meus domínios senhoriais não se pode nem se vai esgotar por aqui!...
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* Expressão emblemática de um ministro das obras públicas de um governo português dum passado recente. De sua graça Mário Lino. Um bacano.