quarta-feira, 28 de março de 2012

• Voluntariado

Tenho feito um interregno nos posts do âmbito da BTL 2012 - Feira Internacional de Turismo. Irei retomar esporadicamente essa temática, mas por agora é urgente reflectir sobre um sentido a dar à minha existência, um pouco errante.

Estou a encarar o Voluntariado como a via mais provável para encontrar esse sentido, um pouco perdido hoje em dia. 

Julgo que para o mercado de trabalho e para esta nossa sociedade imbuída da caquética civilização ocidental já dei o que tinha a dar. Quero ir para um qualquer lugar remoto onde esta ainda não tenha feito grande mossa. E tornar-me útil lá com o que sei fazer melhor. E reaprender a viver.

Para além de ter aderido à iniciativa My Social Project, sendo esta a nível nacional, como já referi no post anterior, inscrevi-me entretanto no The United Nations Volunteers (UNV) programme. Onde me foi atribuido esta referência. UNV Roster Number: 542772.

Agora é mister mexer-me um pouco mais. Já contactei de forma autónoma os governos de Timor Leste e de São Tomé e Príncipe, através dos contactos exibidos nos respectivos websites.

Também o fiz com algumas ONG's. A lusitana EpDAH - Engenharia para o Desenvolvimento e Assistência Humanitária, cá da terra. E a tupiniquim de além-mar Engenheiros Sem Fronteiras Brasil

E ainda, vede só… a Câmara Municipal do Corvo. Aquela minúscula ilha dos Açores. Aquela pequena comunidade de cerca de 400 almas, praticamente toda concentrada numa vila no canto sul da ilha, com o seu aeroporto de brinquedo. O lugar habitado do território nacional mais apartado desta desgraçada capital Lisboa.

É por estas paragens longínquas que eu espero reconhecer a minha tribo. E adicionar como amigos entidades menos virtuais que no feicebuque. E ser abraçado por eles, como um filho pródigo.

quinta-feira, 22 de março de 2012

• I need a challenge in my life!

Eu preciso desesperadamente de ter um objectivo nos anos desta vida que me restarão ainda. Tenho 51 anos e estou recentemente desempregado. Num país sem futuro. 

E para cúmulo, também fatidicamente só, após o fim de uma relação que durou cerca de nove anos, até ao dia seguinte em que completei o meu meio século de idade.

Numa conjuntura como esta, costuma-se adoptar nos filmes aquela famosa medida radical. Que é alistarmo-nos na Legião Estrangeira, reputada parte integrante do exército francês. Mas eu não. Não é a minha cara. Não quero ir para uma caserna. Já tive a minha conta desse tempo perdido. E já agora, também não vou entrar para um convento, tampoco.

Despertei para uma iniciativa há poucos dias atrás que se denomina My Social Project. Que visa fazer a promoção do voluntariado. Ao qual aderi. E aconselho quem me leia a seguir-me.

Entranhou-se-me esta esperança louca: seria uma enorme caridade que alguém ou alguma instituição me faria se me convidassem para um lugar onde eu me pudesse sentir útil a uma comunidade. Como Timor, São Tomé e Príncipe, Costa Rica, UzbequistãoFilipinas, Equador, ArméniaSeychellesTibet, Antárctica, eu sei lá!...

A quem interessar possa, enviarei o meu curriculum vitae para se poder ajuizar das minhas valias a aportar a qualquer eventual projecto de voluntariado para o qual possa ser por milagre convidado.

Haverá por aí quem queira por bem aproveitar as minhas modestas competências e energias?... Eu estou aqui para dar uma resposta a todas as solicitações e desafios que me lancem.

quinta-feira, 15 de março de 2012

• BTL 2012 - Museu Natural da Electricidade

Mais um post sobre a BTL 2012 e de algo na região centro de Portugal. Desta vez algo singular: o Museu Natural da Electricidade. Curiosa, a designação "Natural", que não percebo bem o seu sentido, mas enfim…

Tenho formação superior em engenharia electrotécnica, no ramo da energia e sistemas de potência. Tive a desdita de terminar o meu curso universitário e livrar-me da sina de andar apenas a vender lâmpadas ou interruptores. O meu destino em boa hora levou-me a conhecer a maior parte do interior do nosso país, graças a deslocações a muitos e variados locais remotos. Onde havia uma qualquer pequena central hidroeléctrica à beira de um curso de água, mais escondido do mundo que sei lá o quê!...

Uma turbina Pelton neste museu, com uma
nova envoltura em vidro da roda motriz
Frequentei também um curso de curta duração sobre arqueologia industrial. O que me tornou mais sensível a esta temática. Tenho paixão por visitar antigos edifícios e instalações que nos recordem os primórdios da vetusta revolução industrial. 

Particularmente aquelas centrais que nasceram à beira dos nossos riachozitos e que fizeram com a "luz" que produziam mover máquinas tecedeiras. Porque foi a indústria têxtil aquela que mais impulsionou a utilização desse recurso natural que é a energia potencial duma boa queda de água.

O turismo ligado à arqueologia industrial é algo que nunca será um fenómeno de massas. Mas que é importante fomentar. Uma vez reparei num folheto do organismo estatal do turismo polaco que fazia referência a existir no país de Chopin a central hidroeléctrica mais antiga do mundo, em actividade ainda.

E fiquei com inveja de não termos nada disso em Portugal, que fosse divulgado com aquele destaque e do meu conhecimento. Só me recordo da central de Santa Rita de Golães, que a câmara de Fafe renovou, para a esta serem organizadas visitas de estudo escolares pelos petizada do concelho com que ninguém fanfe.

Logotipo do novíssimo
Museu Natural da Electrcidade 
Agora temos desde Abril de 2011 - há menos de um ano - este espaço que é o Museu Natural da Electricidade, com um bom aproveitamento do edifício e maquinaria da central da Senhora do Desterro I, em Seia, construída em 1909. Em boa hora. Ao lado desta existe desde há umas dezenas de anos uma nova central, que aproveita a mesma queda de água da central antiga, servida por uma conduta forçada, cujo comprimento e fixação na encosta desta serrania sempre me impressionou.

A capela da Senhora do Desterro, uma das
cinco existentes em São Romão, Seia
O local, na freguesia de São Romão, ainda por cima é lindíssimo. Nele existem cinco pequeninas capelas, próximas umas das outras, numa área muito curta, e nas duas margens do rio Alva, ligadas por uma ponte de pedra secular. Muito fresco e verdejante é também este recanto, graças aos carvalhos centenários aí plantados, que constituem a bucólica e encantadora Mata do Desterro. Já foi num dia de canícula estival o meu providencial oásis, mesmo a calhar!...

No anterior post sobre a BTL 2012, do turismo na Pampilhosa da Serra, faltou-me dizer que a câmara local também faz referência a ser possível visitar a central hidroeléctrica do Esteiro, no rio Unhais. 

Como passei boa parte do meu percurso profissional de engenharia nesta zona da Serra da Estrela e arrabaldes, não podia deixar de ficar encantado com tudo isto e falar aqui no meu blog. Feito! Ah, e já agora, em todas estas três pequenas centrais aqui referidas, o autor deste blog esteve lá, em tempos idos. Antes de nascer a minha filhota, em Julho de 1993.

terça-feira, 13 de março de 2012

• BTL 2012 - Pampilhosa da Serra

Talvez esteja com os meus recentes posts sobre a BTL 2012 a centrar-me demasiado - justamente - na região centro de Portugal… Mas que culpa tenho eu de ter sido esta região que me cativou mais?…

Posso gabar-me de conhecer tudo ou quase tudo, razoavelmente, do nosso Portugalito. Continente e ilhas incluídas. Das cidades só me lembro de ainda não ter pisado em… Pinhel. E se calhar nunca o farei. A não ser que a edilidade local, lendo este desabafo, me convide para lá pernoitar.

E depois deste preâmbulo, focando-nos no assunto deste post, a vila da Pampilhosa da Serra, tenho a dizer que… pensei um dia, há vinte anos atrás, que já lá tinha posto os penantes duas vezes: a primeira e a última, numa única data de calendário.

Muro da barragem
de Santa Luzia
A barragem de Santa Luzia, no rio Unhais, vale a pena o desvio. Sobretudo subir o rio até à parte jusante do muro da barragem. Aquilo fica numa garganta bem estreitinha e quando miramos o topo do muro, a coisa esmaga-nos. Parece alto p'ra caramba! E a imaginação foge-nos logo para pensar se o muro um dia rebenta, connosco lá em baixo, em frente deste. Uiii!!!…

Mas a vila… há duas dezenas de anos era uma pasmaceira dos demónios. Ou assim me pareceu. É que lembro que me assaltou um súbito pensamento, nessa altura. Este: "Do que é que as pessoas vivem aqui neste marasmo tão grande?".

Tive uma primeira impressão errada, concerteza. Ou então as coisas mudaram bué. Porque agora até sonho em ir habitar neste concelho!

Praia fluvial do Pessegueiro
Cada vez prefiro mais as praias fluviais às de mar aberto, a norte do rio Tejo. E nesta região temos algumas que não me parecem nada más! Dornelas do Zêzere, Janeiro de Baixo, Pessegueiro, Malhada do Rei, para além da da própria vila-sede de concelho.

Depois há as actividades de lazer ao ar livre, promovidas por duas empresas, a Grau 5 e a Go-outdoor. Escalada, voo em balão de ar quente, descida de rápidos no Zêzere,  BTT, tiro com arco, tennis, paintball, cursos de fotografia da natureza, etc…

Cartaz do evento de canoagem nocturna
Mas queria destacar sobretudo isto: canoagem nocturna, durante a lua cheia, no lago artificial da albufeira barragem de Santa Luzia! Remar no meio dum grupo de canoas e kayaks, enquanto nessa comunhão nos deslumbramos com um céu cheio de estrelas por cima das nossas cabeças!...

A malta não se deve aborrecer hoje em dia lá na Pampilhosa da Serra, pelos vistos! E depois de curtir a noite nos clubes e bares da vila, retornar a uma casinha de pedra numa aldeia de xisto para descansar bucolicamente… Se tudo o que a promoção turística desta vila vem prometendo se chegar a cumprir, aquilo deve ser um pequeno paraíso perdido, ainda muito no segredo dos deuses.

E por último, ainda há mais um pormenor, digno de nota: afim de atrair novos residentes à terra, nem que seja sazonalmente, aos fins de semana, a brochura que a Câmara distribuiu na BTL sugere-nos que esta poderá dar-nos uma mãozinha no projecto e na escolha dos materiais de construção de... novas moradias de veraneio, para quem quiser investir lá. Mas mantendo a traça das casas típicas de xisto destas serranias longínquas.

Assim combate-se de uma forma sagaz o proliferar dos autênticos atentados ao bom gosto arquitectónico que constituem tantas casas novas por este país espalhadas.

Do caraças!… Gostava muito de conhecer as individualidades que estão por trás disto tudo, lá na reinventada Pampilhosa da Serra.

domingo, 11 de março de 2012

• BTL 2012 - Penedono, ancestral terra

A Câmara Municipal de Penedono resolveu, em boa hora, colocar em exposição na BTL 2012 uma muito curiosa colecção de armas de guerra dos tempos medievais, que recriou com interessante rigor histórico e mantém na sua posse.

Segundo a informação no folheto desta câmara distribuído na dita Feira, esta colecção encontrar-se-á normalmente disponível para ser admirada nos arrabaldes do castelo da vila.

castelo de Penedono
Pretende-se de futuro tentar cativar potenciais visitantes a este concelho - e a toda a região circundante - com mais do que a vista desta colecção. A autarquia quer organizar com alguma regularidade actividades lúdicas e pedagógicas com animações de rua, com a contribuição da população local como actores de rua, recriando ambientes de feiras, torneios e lutas na idade média.

Está pelo menos já previsto para o primeiro fim de semana de Julho um evento destes, para o público em geral, presumo. 

Julgo que haverá abertura da autarquia para receber visitas de estudo de escolas ou outro tipo de grupos com estas actividades.

Sugiro consultarem o site da Câmara Municipal de Penedono, clicando aqui, de onde se transcreveu este seguinte excerto sobre a vila e a famosa colecção de armas de guerra medievais:

"A vila de Penedono, outrora Pena Dono, é sede de concelho 
e fica a nordeste do distrito de Viseu. É umas das mais belas vilas 
do país de onde sobressaem, entre o múltiplo e rico património 
arquitectónico, o castelo e o centro histórico que mantêm 
o original traço medieval.

É neste contexto histórico/arquitectónico que reside a riqueza 
destas terras e será este tipo de atractividade que, acreditam 
os autarcas locais, convocará os futuros turistas a demandar 
estes sítios e reviver a história de Portugal 
no local autêntico e ao vivo.

As peças que a edilidade leva à BTL são únicas em Portugal 
e, eventualmente, mesmo ao nível peninsular, esta colecção 
pode ser considerada uma raridade."

A Catapulta, uma das várias armas
desta colecção da Câmara Municipal
Na modesta opinião do autor deste blog, é mister apoiarmos todos as iniciativas deste carácter, por parte de quem tem a responsabilidade da gestão do nosso território, em edilidades por vezes tão esquecidas. Não concordarão comigo, caros leitores?…

Ainda por cima, é de louvar o trabalho árduo que foi feito de investigação histórica para a fiel recriação das armas, muito bem conseguida, segundo a crença minha. A vós de jurgardes também. E de partilhar essa opinião aqui neste blog. Façam-me o favor.

sexta-feira, 9 de março de 2012

• BTL 2012 - Restaurante Guarda Rios

Com este post, vou encetar hoje uma colectânea com alguns destaques da recente BTL 2012 - Feira Internacional de Turismo, certame organizado nesta nossa Lisboa. e que eu visito com a regularidade de um fanático por feiras de carácter profissional e devidamente encartado. Portanto, só vou com isto cumprir um dever de gratidão para com a sempre impecável organização da BTL, que há já largos anos me dão livre acesso a esta.

Os destaques que publicarei neste blog serão - como é natural ao autor deste, prenhe apenas de ideias bem peregrinas... - aquilo que atraiu mais o meu olhar e não necessariamente as iniciativas na área do turismo nacional (e também em países estrangeiros) de maior nomeada e já largamente conhecidas do público em geral.

O restaurante, visto da outra margem do rio
E vamos já começar com o Restaurante Guarda Rios.

Que é uma pequena maravilha, encaixada mesmo à beira de um bucólico riacho - não tenho a certeza mas será, porventura, a ribeira de Vide - perto da localidade da Barriosa e de um acidente geográfico, o Poço da Broca, na freguesia de Vide, concelho de Seia. Bem no centro de Portugal, longe de grandes centros urbanos. E perto da aldeia do Piodão. Numa palavra, perfeito.

Um guarda-rios, com a sua característica
plumagem predominantemente azul
O seu nome, de um pássaro cuja beleza cromática da plumagem sempre admirei, já per si é-me atractivo. Mas depois a localização num sítio tão fixe… o encaixe na paisagem… a inspiradora promessa de sossego campestre... a arquitectura rústica e típica da região… o bom gosto revelado nos interiores, na ementa e nas actividades que os seus proprietários promovem (vide o site do restaurante, clicando aqui)…  

Gadus Moruha à la Alcedo Atthis
Caros leitores, não demorem a ir reconhecer este pequeno segredo bem guardado. Que eu espero não o fazer tampoco!… Se as imagens aqui mostradas não vos tentarem de forma persistente, andais a passar ao lado das coisas belas desta vida, senhores!... Ao lado, um dos pratos de excelência do restaurante, imagino eu: o bacalhau à Guarda Rios. What else?... Mas também há a bela da truta do rio, que terá sido pescada, muito provavelmente, logo ali na esplanada desta manjedoura, ok?...