sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

• Places to go before I die - VI

Frio. Faz frio no hemisfério norte. E era logo agora, que este novo ano começou, que eu podia partir. Mas faz frio. E não é o quentinho do hemisfério sul que me cativa.

Não rumei à Europa setentrional neste Janeiro que findou porque poderia ter de ir parar à beira do Mediterrâneo. Mas a coisa gorou-se.

Ainda tenho asas para voar. Ainda poderei partir. Mas já não tenho certezas para onde quero ir, afinal. E por isso, enquanto  me deixo ficar voluntariamente encalhado, ocupo o meu tempo a divagar. A pesquisar destinos de sonho.

Quero presentear os meus olhos com o inusitado. Este mundo global está a ficar igual por um todo. E eu quero descobrir novas utopias.


Há um Wedding Palace em Ashgabat. E eu desato logo a querer cumprir lá esse desiderato: casar.


Falta só encontrar a dama que o queira fazer comigo neste glamoroso palácio, que não é mais do que um Registo Civil vulgar de Lineu. Ou talvez não. Quiçá tão vulgar assim, digo eu...

Ashgabat é a capital do Turquemenistão. Uma das novas nações da Ásia central que acaba com o sufixo -istão.

E o Wedding Palace não é a única obra outrora utopia na mente do seu criador que foi tornada realidade lá.

Notáveis são também um Culture and Recreation Center, que é basicamente um centro comercial, com áreas dedicadas ao entretenimento e a museus...

...e a tradicional Television Tower das antigas Repúblicas Socialistas Soviéticas, reinventada e enquadrada na simbologia turcomena.



Mais outra utopia que se persegue naquelas longínquas paragens é a edificação da assim intitulada Dubai do Mar Cáspio. Em Awaza.

Mas aí, aparentemente, as coisas estão a andar a ritmo mais lento do que terá sido sonhado bem no arranque desse projecto megalómano. Sementes já foram lançadas ao terreno e cresceram, no entanto. Já é possível fazer umas fériazitas sol e praia lá, à beira daquele estranho mar.

E depois, a mais de uns 300 km a norte da capital deste país meio anónimo, no meio do deserto de Karakum, que cobre cerca de 70% da superfície do país, há uma curiosa atracção turística, que nasceu dum erro do homem: a cratera de Darvaza, mundialmente conhecida como “the Gate of Hell”.


More than anything else, I must go to this place before I die. To check in advance what’s waiting for me.

Ou um pouco mais a sério, é mister que eu troque as vestes da minha alma. Mais cedo ou mais tarde. Mais perdido do que já estou aqui e agora, parado sem navegar, será difícil que fique.