segunda-feira, 26 de outubro de 2015

• Realidade virtual

http://www.kariranta.fi
A frase “A vida é um lugar estranho” cola-se tão bem à minha pele…  

Estou a viver em modo RV, Realidade Virtual. Ou numa quarta dimensão qualquer. “Transplantei-me” para uma outra realidade no início deste mês de Outubro. Ou Lokakku, como se diz por cá. 

Fi-lo assim, sem mais nem menos, sem grandes preparativos. Com uma falta de previdência que ainda me pode vir a ser dramática.

Estou em Lahti. Na fria Finlândia. A cerca de 100km de Helsinki. O bastante para me sentir num quase desterro. Aprazível q.b., mas desterro, todavia.

Já escrevi sobre este meu fado noutro dos meus blogs. Mas era inevitável que este fosse o assunto maior deste mês da minha vida. Nada mais tem esta importância.

Porque vim aqui parar? Por causa de um chamamento superior. Duma ideia peregrina. Atrás do meu lugar neste mundo. Que pode bem ser ao lado desta alma gêmea com quem estou neste momento.

Só falta este país também me aceitar, como um cidadão mais que poderá aportar algo a esta sociedade finlandesa. E isso é que se me está a afigurar uma tarefa hercúlea... Dado o carácter deste povo, tão mais reservado do que todos os outros povos deste planeta.

Eu vivia até há bem pouco no seio duma outra sociedade, aquela em que nasci, como tantos outros. A dos lusos. Aonde já não me sentia pertencer. Mas criar raízes noutras terras bem diversas daquela em que pisávamos o chão com naturalidade é tarefa de que negligenciei as dificuldades. Ingenuamente.

Aqui ainda não tenho chão. E não sei se chegará o tempo de o ter. Ideia mais peregrina que esta de para aqui vir jamais antes tive…

Esta fuga para a frente a que me acometi ainda não produziu aquele pequeno milagre com que a sorte costuma proteger os audazes.

E talvez esteja a escrever estas linhas com a esperança de que o agente produtor desse milagre, seja lá esse anjo da guarda quem for, possa ouvir o meu grito mudo.