E assim fazem do nosso tempo, do precioso tempo de cada um de nós, um bem cada vez menos nosso e mais escasso. E como tempo é dinheiro, o efeito colateral, que nem todos enxergam, é que de facto nos torna mais... pobres.
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
• Time Management
…ou Gestão do Tempo, em dialecto tuga. Uma coisa que eu abomino.
A Gestão do Tempo, quanto a mim, é uma bonita ferramenta que os modernos métodos da Gestão de Empresas desenvolveram para solucionar um problema que esses mesmos engraçados métodos abestalhadamente criaram: a falta de tempo crónica.
Estes modernos métodos da Gestão de Empresas querem-nos tornar em indivíduos cada vez mais produtivos. Querem tornar as nossas existências em carne para canhão ao serviço do deus lucro máximo.
E assim fazem do nosso tempo, do precioso tempo de cada um de nós, um bem cada vez menos nosso e mais escasso. E como tempo é dinheiro, o efeito colateral, que nem todos enxergam, é que de facto nos torna mais... pobres.
E assim fazem do nosso tempo, do precioso tempo de cada um de nós, um bem cada vez menos nosso e mais escasso. E como tempo é dinheiro, o efeito colateral, que nem todos enxergam, é que de facto nos torna mais... pobres.
A Gestão do Tempo devia ter um único axioma: “Se cada vez tens menos e menos tempo ou não tens mesmo tempo para nada, pára!”.
Tão simples quanto isto! Se não tens tempo para nada, não estás a viver. Estás a correr depressa para o teu fim. Para a morte que há-de advir a cada um de nós, mais tarde ou mais cedo. Não a apresses.
Fui submetido recentemente a uma acção de formação sobre esta temática, a Gestão do Tempo… e enquanto a magnífica formadora “ligava o complicador” para nos instruir em como gerir com melhor eficácia e maior produtividade o nosso tempo, não deixou de partilhar connosco, seus ilustres e ávidos formandos, a sua visão particular da coisa. A que aplicou à sua vida profissional e privada.
E que foi assim: quando reconheceu, e bem, que tinha cada vez menos tempo para dedicar ao que é o essencial - o seu filhote de tenra idade - resolveu propor uma medida sacrílega à sua entidade patronal. Passar a trabalhar em part-time.
Graças aos deuses que não teve as suas aspirações goradas…
Mais ainda partilhou connosco. Que passava os seus fins-de-semana no belo do Alentejo e os dias úteis na grande metrópole de Lisboa. E que se sentia cada vez mais presa e com menos vontade de sair do meio das planícies para ter de enfrentar as sete colinas da vida. Ao que eu ripostei que a compreendia bem. Porque se há quem possa ser um bom gestor do tempo, esse alguém é o alentejano!…
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