As actividades a empreender seriam estendidas a toda a Serra do Açor e arredores. A recantos paradisíacos, como por exemplo, um que foi uma descoberta absoluta para mim ontem: Foz de Égua. A este último lugar tenho, impereterívelmente, de regressar lá no pino do calor do próximo estio para me banhar principescamente numas águas correntes cristalinas.
segunda-feira, 31 de março de 2014
• Lo que de verdad importa
Pequeno preâmbulo: Nicholas Fortsmann foi um multimillonário americano que adoeceu de cancro, quando estava no auge de uma carreira plena de sucessos no mundo dos negócios. Esta enfermidade fatal fê-lo então abrandar essa sua carreira profissional fulgurante. E obrigou-o a reflectir sobre o sentido da vida.
Nicholas Fortsmann resolveu escrever as suas reflexões finais sobre os valores que realmente importam na vida como um legado para os seus filhos. Para que sobretudo e atempadamente não gastassem as suas existências atrás do supérfluo, como o pai. E intitulou esse livro como "What really matters".
Esta sua obra inspirou a criação de uma fundação na nossa vizinha Espanha, a “Fundación Lo Que De Verdad Importa”.
Assisti recentemente a um congresso desta fundação na minha Lisboa. Que se realizou na Praça de Touros do Campo Pequeno, no dia 14 de Março. Onde se procurou divulgar os valores universais que esta organização sem fins lucrativos tem como objetivo fazer a sua promoção.
Valores esses como a superação, o esforço, o optimismo e a generosidade, que são a base de todas as atividades que se desenvolvem na Fundación Lo Que De Verdad Importa. Fim de preâmbulo.
Estive ontem, domingo 30 de março, nesse fim do mundo que é o Piodão. tal como anunciei no post anterior a este.
Decorreu bem, este encontro da nobel “Confraria das Aldeias e Aldeões de Portugal”. Fui até lá para experimentar uma viagem no tempo e voltar a percorrer caminhos naquela magnífica Serra do Açor, duma beleza natural esmagadora. Que não calcorreava há mais de 20 anos!…
As saudades que tinha daquelas paragens levaram-me a sonhar numa hipótese - remota, a priori - de escolher algum casebre por lá para viver os últimos anos desta minha actual vida.
Mas não… Reflectindo bem, é para esquecer a ideia de eu viver como um eremita lá no Piodão. É uma orografia demasiado agreste para quando já bem velhinho não se puder com as nossas pernas. Não vou erguer lá o meu castelo. Mas ainda vou fazer nascer um belo dia ali um Boot Camp, ás tantas...
É que pus-me ontem lá a matutar… Que melhores lugares no mundo inteiro serão mais adequados do que o Piodão para nos ensinar o que na verdade importa?
Imaginei despejar ali de pára-quedas (não no sentido literal do termo) pessoas que desejassem fazer um estágio de desenvolvimento pessoal. Gente que, tal como Nicholas Fortsmann, parasse para pensar. E não por razões tão forçosas quanto as dele. Mas mais a tempo de recomeçar uma nova existência feliz.
Gente que iria aprender naquele rude lugar a ser auto-suficiente. A ter de ir buscar a água que necessita para a sua sede e higiene ao rio, no fundo do vale. A fazer o seu pão. E depois o seu queijo. A armazenar a lenha indispensável para o seu conforto, proporcionado por uma lareira acesa. E depois tudo o resto, numa aprendizado muito gradual e estudado ao mínimo detalhe.
Porque estes estágios seriam totalmente supervisionados por um personal trainer, formado em psicologia e técnicas de sobrevivência. Individuais ou em grupos de um número reduzido de participantes. Para um público-alvo de élite. Para gente endinheirada. Porque isto que se trata aqui é para ser um produto turístico de luxo topo de gama.
A minha mente fervilha já com pormenores destes ditos estágios, concebidos com requintes de malvadez!… Mas não de uma malvadez maléfica, não. Antes de um apurado e exigente rigor científico.
Ao deambular domingueiramente pelo meio daquelas casas de xisto todas, debaixo de uma chuvinha de molha-parvos, veio-me esta ideia peregrina. No exacto instante em que estaquei embevecido com a visão de uma casa de três andares, abandonada e inacabada. Mesmo ideal para este projecto de louco alucinado.
E a coisa não se limitaria a apenas a aldeia do Piodão.
As actividades a empreender seriam estendidas a toda a Serra do Açor e arredores. A recantos paradisíacos, como por exemplo, um que foi uma descoberta absoluta para mim ontem: Foz de Égua. A este último lugar tenho, impereterívelmente, de regressar lá no pino do calor do próximo estio para me banhar principescamente numas águas correntes cristalinas.
As actividades a empreender seriam estendidas a toda a Serra do Açor e arredores. A recantos paradisíacos, como por exemplo, um que foi uma descoberta absoluta para mim ontem: Foz de Égua. A este último lugar tenho, impereterívelmente, de regressar lá no pino do calor do próximo estio para me banhar principescamente numas águas correntes cristalinas.
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