sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

• Nação peregrina

Este nosso país está a tornar-se cada vez mais nos últimos tempos uma ideia peregrina…

Terá sentido existir enquanto nação independente? Se não tem novos filhos que a consigam governar, apenas gerir, e não totalmente sob o seu controlo mas antes muito à deriva… E os velhos já abdicaram ou não se sentem com forças.

Às vezes deambulando por aí, à toa, mirando tanta obra feita, e bem executada mas talvez sofrivelmente gerida, penso comigo: "como fomos capazes de edificar isto tudo?…". Temos que ter sido bons no passado recente. Então, para onde foi essa nossa valia, enquanto povo? Como a perdemos?

Por exemplo, veja-se o cenário urbano na foto acima. Há 15 anos nada existia ali, no Parque das Nações, em Lisboa, senão depósitos de sucatas... e vêm-nos zumbir aos ouvidos que há por aí uma crise... que, ou é impressão minha, ou também existirão outros que pensam, tal como eu, que nasceu de um dia para o outro?…

E já agora, outro feeling que não deve concerteza ser só meu: não é assustadoramente desolador ver tantas lojas de comércio dos mais variados bens, agora permanentemente em saldos ou liquidações totais? Agora até de artigos de luxo e de marcas topo de gama… 

Porque não conseguimos vislumbrar senão um futuro negro? Será que ainda valemos a pena? Ou é mesmo melhor zarparmos todos, como nos apontam, ainda timidamente, os que não têm toda a arte e o engenho de nos governar que esta nação carece?

Soa a pessimismo, isto que resmungo aqui, entre dentes? Não, é bem pior. É capitulação. Estou a tornar-me naquilo que não queria nunca ser: um velho do Restelo.

Ó meus deuses, dai-me ânimo, urgentemente, por favor, que esta realidade está a ferir-me tanto!…
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Para ouvir a banda sonora original (OST) deste post, clicar aqui.

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