sábado, 31 de julho de 2010

• Royal Falcon Fleet RFF135

O sarcasmo inglès deleita-se a lembrar-nos que há dois felizes na vida de um homem: o dia em que compra o seu barco e o dia em que depois o vende.

Posso bem compreender este conceito. À uma, por causa do clima nas costas das ilhas britânicas pouco convidativo ao desfrute de passeios no mar. Por outra, devido ao paupérrimo design dos barcos da actualidade. Habituado que estou a perscutar à laia de simples curioso as novidades em salões náuticos abertos ao zé-povinho - vulgo coisas como a Nauticampo na FIL, que aliás este ano perdeu essa designação - regra geral fico sempre desapontado com uma certa falta de originalidade de quase todos ou mesmo todos os modelos de barcos apresentados por diferentes fabricantes nacionais ou estrangeiros.

Desde que os barcos de recreio são feitos predominantemente em fibra de vidro que lhes deixei de achar piada. E passei a abominar certos detalhes de construção algo "queques", diria até "maricôncios", dos actuais barquitos.

Para mim, barco de um homem que se preze são as saudosas lanchas ligeiras de madeira de mogno envernizada, com aquele iconográfico design retro da Riva, cujo habitat natural são os grandes lagos na fronteira da Suiça com a Itália. Mai'nada!... E para aqueles que não sabem do que falo, clicai aqui.

Barcos de maior porte, em fibra, cabinados e com a posição do homem do leme demasiado confortável, ao abrigo tanto de valentes intempéries como de suaves brisas, cá p'ró rapaz ça ne va pas....

Mas eis que num outro recente dia este meu dogma sofreu um duro revés. Estava eu a folhear a revista "Christophoro", edição do representante da Porsche aqui ao lado em Espanha, quando os deuses me ofereceram esta visão desta maravilha que é o iate Royal Falcon Fleet RFF135, concebido pela Porsche Design. Ora mirai em baixo:


Assim que vi este portento de criatividade, diisse para mim mesmo: até qu'enfim, um barco grande que não envergonha o seu afortunado dono. Até qu'enfim luxo e conforto sem prejuizo da nossa testosterona.

Para quando um proprietário luso de um exemplar desta absoluta maravilha? Para quando vê-lo a navegar nas águas mansas do Algarve? Ou quiçá no Alqueva... Se o maior lago artificial da Europa não constituir uma "gaiola" demasiado restrita para esta grande "ave"...

Ah, se eu tivesse o montante de "guito" adequado à aquisição de um destes iates, poria em prática a ideia peregrina de o transformar em sala de reuniões móvel, à disposição de empresas promotoras de eventos. Olhai só para este belíssimo hall de entrada para o espaço a disfrutar:


2 comentários:

Inês Peres disse...

Este barco, só por si, já seria uma casa de luxo

Giuseppe Pietrini disse...

As casas em que vivemos é que serão, talvez, barcos encalhados em terra...

E agora um pacotinho de açúcar:
Um dia vou dar a volta ao mundo sen saír da minha casa.
Espero que amanhã seja o dia.