sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

• A Coca-Cola verde

Admiro-me imenso que ainda não se fale tanto disto por aqui no meu país… Desta ideia peregrina (ou talvez não) que nasceu das mentes da filial desse gigante americano, que é a Coca-Cola, na Argentina. Que é uma espécie de soft drink… biológica, direi eu.

Vamos aos factos: após cerca de 5 anos de estudos, surgiu este novo produto, a Coca-Cola Life. Ou como alguns já lhe chamarão, a Coca-Cola “verde”, não sem razão, vide a embalagem. No país das pampas, como referi. No já longínquo mês de Junho de 2013. Estamos quase a fazer dois anos…

Esta novidade chega à Europa, ao Reino Unido, no auge do verão do ano passado, no querido mês de Agosto. E aos Estados Unidos um mês depois, no verão índio. E foi surgindo em outros países europeus, entretanto. Por exemplo, os suíços já poderão consumir esta bebida desde este mês de Fevereiro. E a malta do país dos cangurus, bem como os Maoris, lá para 1 de Abril. Isto claro, se não houver desmentidos no dia seguinte…

Aqui na Tugalândia é que não se sabe quando chegará esta suposta maravilha. De resto, nem no Brasil, tampoco. Os nossos irmãos tupiniquins devem ter alguma ciumeira de terem sido sus hermanos e arqui-inimigos gaúchos a bolarem esta novidade. Pela qual eu anseio um quiquito, confesso.

E o que tem esta nova mistela de diferente em relação à Coca-Cola original, dita clássica e yankee?… As substâncias adoçantes.

Os argentinos escolheram como adoçante natural - e o principal, presumo - um extracto das folhas duma planta originária do Paraguai - e do Brasil, diz-se também - que se designa Stevia ou Estévia*. Um arbusto da família dos crisântemos. E que já os guaranis usariam largamente há séculos.

A stevia parece ter um poder adoçante que suplanta em muito o açúcar vulgar de Lineu. Os japoneses serão grandes consumidores desta substância. Menos mal se a stevia vier a substituir essa droga artificial e abominável que é o aspartame…

A Coca-Cola Argentina não prescindiu, no entanto, de adoçar esta bebida com açúcar, as well. Só que fazem questão de referir que é com açúcar de cana. Para reforçar a ideia disto ser um produto que se pretende o mais natural - ou até o biológico da moda - possível.

Os argentinos, como era de esperar ou não fossem membros de uma multinacional norte-americana antes de tudo, não descuraram o marketing deste novo conceito. Afinal, há que vender. Que obter um sucesso condizente com o nome da famosíssima marca. E criaram algumas pequenas jóias do advertising, como este filme publicitário que desapareceu do website oficial da Coca-Cola Argentina - vá-se lá saber porquê… - mas que pode ser visto no Youtube, clicando aqui.

Com tudo isto dito, adivinharão, caros leitores deste blog, que eu quero absolutamente provar esta porra! O mais rápido que os deuses assim o permitam, caramba!… A ver se mudo de vício. Quero ter a chance de pedir uma latinha verde, que estou farto da cor vermelha!!!

E se não for a Coca-Cola verde a chegar cá em primeiro lugar, fico descansado que a Pepsi de qualquer modo não anda a dormir em serviço, não senhor…
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* Do nome do botânico espanhol que terá classificado esta planta, Pedro Jaime Esteve, professor na Universidade de Valência no séc. XVI. Os índios guaranis também chamariam esta planta de "kaa he he", que significa erva doce.

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