quinta-feira, 22 de agosto de 2013

• 4º aniversário

Já foi há quatro anos!… Que eu embirrei com o facto de ser o último bicho careta á face da terra que não tinha um blog.

Nestes quatro anos muita coisinha mudou na minha existência pacata. Menos o ter deixado de ser pacata. Mas um facto eu posso concluir: eu não seria o ser humano que hoje sou se não tivesse começado a escrever num blog. Este aqui. E depois noutro. E mais em outro ainda. De outras temáticas, diferentes da primeira raíz.

Enquanto alguns bloggers se questionam porque mantém esta rotina de passar o que lhes vai na alma para o seu bloguezito, eu não tenho dúvidas. Eu quero continuar.

É uma espécie de higiene mental. De ginástica de manutenção para os neurónios.

E que eu sempre fiz de forma moderada. Não me viciei, como tantos que por aí há, na necessidade absoluta de escrever um ou mais posts por dia.

Sempre adoptei - nem de propósito - uma corrente de slow blogging, que eu nem sabia que existia, de uma forma generalizada a ganhar hoje em dia muitos seguidores.

Não conquistei aquele número de seguidores, leitores e, sobretudo, comentadores que esperava, no início de tudo isto… mas tenho obtido um excelente retorno de alguns - poucos - leitores. Os quais me fizeram dos melhores elogios - e sinceros, acima de tudo - aos primeiros embates com a minha alma desnudada nas palavras que me foram inspiradas por diversos momentos singulares e bem vividos.

Que eu me lembre, raramente terei passado a esta virtual letra de imprensa - que perdurará depois de mim por muitos anos, como um legado arqueológico - assuntos banais. Não postei por postar, sem mais. Ainda assim, os conteúdos que fui ao longo destes tempos produzindo não foram suficientemente atraentes para me tornar até agora numa Pipoca Mais Doce no masculino…

Paciência, digo eu… Se tivesse sido assim, talvez não me sobrasse tempo algum senão para responder a todos os comentários de muitos mais leitores. E como tal, a qualidade dos momentos de reflexão e meditação a que cada post meu me obrigou teria decaído.

Ainda gostaria de me tornar num blogger que subsistisse como profissional só a fazer isto. Essa louca esperança não a abandonei por enquanto. Pode ser que este quarto aniversário seja finalmente a minha travessia do Rubicão.

Alia jacta est!…

Ganas, tenho-as cada vez maiores. Ainda maiores do que há quatro anos atrás, quando uma hora resolvi mergulhar de cabeça nisto, por uma pequena teimosia.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

• Praias fluviais

A minha cidade natal, Lisboa, parece ter ganho uma praia fluvial. Na Ribeira das Naus, aquele espaço entre o Terreiro do Paço e o Cais do Sodré, durante tantos anos deixado ao desprezo. 

A edilidade olissiponense prefere não classificar este referido local e a sua intervenção urbana como uma verdadeira praia fluvial. Designa a coisa antes com "avanço de margem". Pois bem… É uma cautelosa atitude. Porque as águas do Tejo naquela zona são mesmo impróprias para banhistas.

No entanto, os turistas que nos visitam não o sabem de imediato. E pululam a zona com toalhas de praia estendidas em cima das lajes de betão onde as ondinhas do rio vêm rebentar devagarinho.

Se nós, lisboetas e gente dos arrabaldes suburbanos não banhados pelo mar, quisermos imitá-los e limitarmo-nos a tomar banhos de sol resultantes em escaldões tipo lagosta suada, aqui está a solução que a crise impõe para trabalhar para o bronze, de uma forma troikiana.

Agora um pouco mais a sério… É uma lástima que não existam praias de rio no Tejo de jeito senão bem longe da sua foz. Sendo a primeira das menos longínquas, na minha opinião pessoal, a de Constãncia. Que fica a mais de uma centena de kilómetros. E mesmo assim, o que lhe vale são as águas límpidas do Zêzere, que ali se reúne ao nosso maior rio.

E digo lástima porque hoje em dia dou privilégio a estas praias mais calmas do as oceânicas. Quanto não é melhor sair duma água fresca e clarinha até mais não e ir descansar a seguir á sombra de uma pequena floresta de árvores frondosas e sobre uma relvinha bem aparada… em vez de uma torreira de sol e areias tórridas.

É por isso, porque para mim praia fluvial à maneira tem de ter áreas verdes e sombras frescas, que não considero como opção as praias do rio Tejo dentro da área da grande Lisboa. Como a dos moínhos de Alburrica, no Barreiro ou a da aldeia do Rosário, na Moita. Ou a da antiga seca do bacalhau em Alcochete.

Eu aplaudo o facto de hoje em dia muitas autarquias do interior de Portugal terem despertado para os encantos das águas cristalinas dos nossos rios e ribeiras. A ponto de se terem edificado praias fluviais com arranjos paisagísticos das suas envolventes muito convidativos.

Pena é que eu viva tão longe dessas terras do interior… Mas ainda um dia hei-de trocar esta Lisboa, que me tem sido tão aziaga, por alguma dessas paragens onde se ouve água corrente, mesmo no mais seco dos estios.

Para quem quiser sonhar o mesmo que eu, é consultar o cardápio destes pequenos paraísos, ainda meio secretos. Dois dos melhores websites para o efeito são: 

O Rede de Praias Fluviais, da responsabilidade da ADXTUR - Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto;
 
...e o Guia das Praias Fluviais, editado pela Blanche, uma produtora de Castelo Branco, cujas actividades são a gravação de som e imagem e edição de música. Estranho é que com este excelente website, esta empresa não aproveite para se promover…

E com isto, estamos apenas a falar do Pinhal Interior!… Ainda não se abordam as praias do interior norte, da Beira Alta, do Alentejo... ou do Algarve, que também tem algumas bem pouco conhecidas mas assaz interessantes praias de água doce.

Mas se fosse pedido para eleger uma, acho que a minha tendência iria para a praia fluvial do Açude Pinto, em Oleiros… A ver bem se não é altamente apelativa a imagem em baixo deste recanto secreto.