quinta-feira, 30 de maio de 2019
• Sílvia Pérez Cruz
Hoje inauguro neste blog uma nova rubrica, “Sublimemente belo”, que já existe noutro blog da minha autoria. Rubrica essa iniciada com este post que pode ser visualizado clicando aqui.
Sílvia Pérez Cruz é uma voz singularíssima da Catalunha, que me foi dada a conhecer através do meu bom amigo Luis Filipe, dono da Loja do Américo, em Óbidos.
Aqui deixo o meu mui sentido “Domo Arigato Gozaimasu” a este grande senhor e poço de cultura, o qual é sempre um deleite ouvir.
E já agora, se vos apetecer, caros leitores, provar a mais genuína Ginja de Óbidos, com história(s) á mistura para melhor degustar, já sabeis para onde dirigir os vossos passos.
Escutamos neste videoclip mais uma versão da icónica canção "Cucurrucucú Paloma”, tema originariamente do México, que já foi objecto de inúmeras variantes. Até Caetano Veloso fez uma, para a banda sonora do filme "Habla con ella", de Pedro Almodovar.
Habituado que estou a ouvir bandas de mariachis interpretando esta música, isso não me impediu de ficar rendido incondicionalmente a esta versão cantada por Sílvia.
quinta-feira, 23 de maio de 2019
• Manmadhudu 2 - o filme
“Manmadhudu 2”, um filme indiano que não vale a pena correr para ir pesquisar em que salas de cinema estará em exibição… Porque ainda se encontra em fase de rodagem. Entre outros lugares, também aqui nesta sunny Lisbon.
Voltei a fazer sessões de figuração com este filme hindu, que é uma sequela de um outro, o primeiro do mesmo nome, “Manmadhudu”, do já longínquo ano de 2002. Com as filmagens do último a decorrer na arquibancada do estádio Alvalade XXI, o do meu clube, o Pótingue…
Nada de extraordinário.
Uns dias depois, era para entrar também noutro filme, este agora português, “O Ano da Morte de Ricardo Reis”, baseado no livro homónimo de José Saramago.
Mas desta feita fiz uma desfeita com quem me convidou para este participação, mesmo à hora de entrada para o cenário, qual noivo chegando na igreja e voltando para trás arrependido.
É que aquilo era para ser uma molhada de figurantes, na praça de touros do Campo Pequeno. Até poderia vir a ser divertido estar ali naquele espaço, ver os bastidores da arena, conviver com gajos vestidos de oficiais nazis e soldados dos exércitos de Mussolini, mas…
…Eu quis dar um fora aos crowds que se ocupavam daquele batalhão de figurantes. Porque nos tratam como gado; porque eu vinha com um fatinho novo a estear, totalmente Fernando Pessoa, e não ia brilhar - como eu tinha a ilusão de poder fazer, já agora… - no meio daquela maralha toda; e porque toda aquela conjuntura me desmotivou assaz e é preciso ter amor próprio, caramba!…
Curiosamente, ontem ao fim do dia, na minha mais habitual função de motorista de turismo, fui levar a passear num belo dum Mercedes por esta Lisboa à noite um “casal” de actores, dois monstros sagrados da tupiniquim Rede Globo: Miguel Falabella e Marisa Orth.
É que eles estão por estes dias a passar uma curta estadia em Portugal, por causa desse habitual frete a que artistas têm de se sujeitar: o lançamento do seu filme “Sai de Baixo”, por esta Europa toda. Até no pobre do reino da Dinamarca, às tantas...
Estranha forma de vida, a minha… E não sou fadista, nem nunca provavelmente o serei. Mas anteontem ao lusco-fusco, perdendo alguns dos meus passos por Alfama, esse imundo bairro que cheira a Lisboa, até poderia bem parecer um desses mamíferos. Isto devido ao outfit que estava a usar.
Ultimamente, às vezes olho-me ao espelho e num sacana dum narcisismo recém-despertado e mal disfarçado até chego a me auto-avaliar como um g'anda canhão... Ah, se as minhas ex-wives me pudessem ver agora, que estou nos trinques!...
Nota: Miguel Falabella e Marisa Orth - sobretudo esta última grande Senhora, com S maiúsculo - fizeram-me a grande honra de agradecer no final o serviço que lhes prestei. Se eles alguma vez lerem estas linhas, eu quero que saibam que senti que este dito serviço foi como que o pagamento duma dívida que eu tinha para com eles. Devo-lhes muita risada. Mas também muita reflexão profunda que me induziram com o serviço que eles sempre prestam à nossa pobre humanidade.
Ultimamente, às vezes olho-me ao espelho e num sacana dum narcisismo recém-despertado e mal disfarçado até chego a me auto-avaliar como um g'anda canhão... Ah, se as minhas ex-wives me pudessem ver agora, que estou nos trinques!...
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