Neuschwanstein. Eis o nome do provavelmente mais bonito castelo deste planeta Terra.
Hoje venho falar de um daqueles lugares demandados por hordas imensas de turistas, que eu procuraria normalmente a todo o custo evitar. E que por isso mesmo também não seria por norma objecto de um post neste blog. Mas a beleza e a sumptuosidade da coisa é incontornável. E a sua visita é mandatória, como uma ida a Meca.
E depois há todas as histórias e lendas associadas ao homem que decidiu a sua construção, o rei Ludwig II da Baviera*.
Que decidiu erguer este castelo para ser a sua residência, após se retirar da vida dedicada à causa pública. Começou a viver lá antes disso, em Maio de 1884 e por cerca de dois anos, no decurso dos quais foi declarado insano e incapaz de exercer o seu cargo real. Abdicou, foi preso e internado noutro castelo, Berg de seu nome, e mais tarde assassinado - diz-se - junto com o seu médico psicanalista. Os corpos de ambos foram encontrados presumivelmente afogados nas águas do lago Starnberg.
E Neuschwanstein nunca foi terminado no seu planeado esplendor. E apenas sete semanas após a morte de Ludwig II foi aberto ao público.
Bem antes deste castelo, máximo exemplar da época áurea do Romantismo europeu, em 1840 outro ilustre bávaro,
Ferdinand de Saxe-Coburg e Gotha**, príncipe consorte da rainha D. Maria II de Portugal, mandou construir em Sintra o
Palácio da Pena.
Obra que alguns dizem ser precursora dos vários castelos e palácios reais do velho continente que se lhe seguiram e justamente a comparam a Neuschwanstein.
Quando se visita este castelo da Bela Adormecida, na Baviera encostada á fronteira com a Áustria, não se pode perder a ocasião de ir também a outra fortaleza vizinha, que dista menos de um kilómetro. o castelo de
Hohenschwangau.
Onde Ludwig II habitou durante a sua infância e adolescência. E onde a família real bávara mantinha a sua residência oficial de verão.
É caso para nos questionarmos porque Ludwig II quis construir mais um castelo tão perto deste último. É que este Hohenschwangau schloss já não estava nada mal… Como bem a propósito se soe dizer na Pindorama, já estava de bom tamanho.
Eu já faço do Palácio da Pena a minha casa. A minha sala de visitas, onde recebo e guio os viajantes que escolhem a minha Lisboa para os seus city breaks. Agora quero trocar de papéis e confirmar que Neuschwanstein também vale a pena.
E tanto pior se tiver que suportar com aquele ambiente sempre tão inóspito dum turismo massificado
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* Que foi, entre outras coisas, um devoto patrono do compositor Richard Wagner.
** Que curiosamente partilha comigo o mesmo dia de aniversário, o dia 29 de Outubro. No caso dele, o ano de nascimento foi 1816.