Eram umas sete e pouco da matina dum domingo que se anunciava bem radioso.
Estou vestido todo pinoca e vou a conduzir um Mercedes E-Class preto. Rumando desde a minha casa até
Óbidos, à vontadinha ao longo duma A8 vazia de outros carros. Ouvindo Bob Marley no sistema audio da viatura. Que era o meu circunstancial brinquedo.
Assim de repente, dou por um espectáculo da nossa querida mãe-natureza, a decorrer ali bem ao meu lado direito.
O sol tentava nascer atrás da Serra de Montejunto, que brilhava como se fora uma pepita de ouro gigante.
Dei por mim a falar comigo mesmo, exclamando entre dentes “Eu tenho mesmo o melhor emprego do mundo!…”.
Isto foi há uns dez dias atrás. Quero passar esta memórias para este
blog mais cedo do que apenas hoje. Mas o ritmo intenso de outras mais boas experiências que venho vivendo não me deixou tempo de qualidade para escrever.
Dirigia-me naquele dia até à
Pousada do Castelo de Óbidos,
a buscar duas ilustres viajantes do país do sol nascente ali alojadas.
Afim de as trazer até á capital ao fim dessa jornada. A simpatia que
mutuamente eu e estas dedicámos um às outras leva-nos a
cumprimentarmo-nos com um singelo “
Namasté”.
Talvez por estas senhoras serem do país do sol nascente apreciaram sobejamente uma fotografia do nascer do sol perto do seu hotel que tirei enquanto as aguardava. E pediram-me que partilhasse essa mesma foto por email com elas.
Na véspera tinhamos vindo de Coimbra até esta unidade hoteleira tão peculiar. O que me obrigou a vencer a distância desde a entrada nas muralhas de Óbidos até á recepção da Pousada, rompendo através da multidão que acorreu naquela tarde de sábado ao evento de animação ali presente, chamada de “
Vila Natal”.
Chateei montes de famílias com carrinhos de bebés que pululavam pelas artérias estreitas e íngremes daquela bela
Oppidum, que se viram forçadas a desviar-se do seu aprazível passeio para permitirem a marcha lenta do meu bólide através daquela mole de gente muito mas muito pachorrenta...
Os impropérios que então ia ouvindo - a somar aos que não ouvia mas adivinhava - protestando contra esta minha démarche até me deram mais alento no cumprimento da minha missão. E fizeram-me sentir um gajo assaz importante, por estar a importunar tanta gente. ;-)
Amo mesmo o que faço, tal como já o proclamei num
post noutro dos meus
blogs.
E vejo o meu empenho reconhecido, na maior parte das vezes. De várias e variadas formas. Como nestes cartões que as “minhas” alegres viajantes nipónicas me presentearam no fim do dia.
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